LOFT DO COLECIONADOR
- Descrição
- Integrante da mostra Casacor Bahia, o “Loft do Colecionador” foi pensado para ser um ambiente repleto de arte e afetividade com a premissa de que todos colecionam memórias. O ambiente de 60 m², foi projetado para despertar sensações e criar uma atmosfera intimista e aconchegante, assim como, conferir privacidade sem abrir mão da integração dos espaços, isto é feito através da organização dos ambientes da sala de estar, sala de jantar/trabalho, quarto e cozinha, em volumes que formam superfícies neutras para a exposição das obras de arte de artistas nacionais e internacionais, artesanato e peças de design. Foram trabalhados gestos arquitetônicos simples que reduzem ao essencial as intervenções no local, e que, aliados a aplicação da mesma textura nas paredes e no teto, conferem continuidade e unidade ao ambiente. Foi utilizado o efeito Velvet da Coral em dois tons diferentes, Branco Areia e Castelo do Deserto, para se aproximar do aspecto de uma parede caiada e da estética das casas do Mediterrâneo, mas com nuances peroladas que sofisticam a composição geral, lembrando um tecido de veludo. O revestimento do piso também é o único para todo o loft. Na sala de estar a parede e o teto são superfícies neutras que apoiam as obras de arte, agrupadas em diferentes alturas e posições, proporcionam diversos ângulos para apreciar a coleção. A sobreposição de tapetes adiciona personalidade e mostra a passagem do tempo, ao combinar peças de idades diferentes com a mesa de centro em vidro Palência de Víctor Angueira, que propõe um apoio para os livros mas não impede a vista dos tapetes. Seus pés pretos com detalhes dourados se assemelham aos pés da poltrona Bo de Giacomo Tomazzi, que por sua vez estabelece uma relação com a cadeira Frei Egídio de Lina Bo Bardi - cedida pelo MAM-BA, colocando no mesmo cômodo designs do fã e do ídolo. O sofá New Flow de Danilo Lopes e Paula Gontijo destaca o mesmo tom de azul presente no tapete iraniano. Nos planos da parede e do teto estão obras de artistas baianos como Mário Cravo Junior, Rubem Valentin, Almandrade e outros artistas como Ricardo Homem, Falves Silva, cedidos pela Roberto Alban Galeria, e combinados com o quadro da artista alemã Mares Schultz, trazido ao Brasil pela família da artista na Segunda Guerra Mundial. Chaise longue Dizzie da Bonamaison aponta para a sala de jantar e está em uma composição monocromática com a mesa lateral Lebrom de Ronald Sasson e a luminária de pé Arch desenhada por Jader Almeida. Na sala de jantar está a mesa multifuncional, desenho autoral dos arquitetos, que foi projetada para ser usada em vários momentos do ano, para fazer as refeições, para trabalhar, para receber amigos. Foram escolhidos três tons de mármore, que combinavam entre si e repetem as cores das obras de artes, dos objetos e das paredes. O desenho é composto de cinco peças - tampo, pés e viga, montados através de encaixes sem cola ou parafusos. Para as cadeiras foram conciliadas peças de design consagrado de Carlos Motta, com peças contemporâneas assinadas por nomes como Guilherme Torres, Jader Almeida e Rejane Carvalho Leite. Na lateral da mesa está a estante de marcenaria, feita sobre media para o espaço, que abriga grande acervo pessoal de livros e itens com valor afetivo como objetos, máscaras e esculturas comprados ao longo dos anos e garimpados em feiras e viagens. Estão também nos nichos algumas obras da Roberto Alban Galeria, luminárias de Jader Almeida, vasos de planta e objetos de lojas parceiras. Logo a frente, próximo a cozinha, está uma cadeira do século XVIII em palha da Índia e marchetaria de madeira, item raro que deixaria qualquer colecionador orgulhoso de exibi-la. Logo a frente da sala de jantar está a cozinha, compacta e funcional. Este cômodo estabelece relação com a sala através das cores e do uso mesmo mármore natural presente nos pés da mesa. Dois volumes foram criados para marcar a entrada deste cômodo, remetendo a largura das paredes de casas antigas e servindo para dar acabamento e abrigar as geladeiras. A esquadria existente foi ampliada para potencializar a entrada de luz natural. As prateleiras superiores apoiam vasos de planta, utensílios diários, objetos de viagem e obras de arte dos baianos Lara Viana e Rubem Valentin, criando uma fonte de iluminação indireta e um ponto focal que entretém o usuário. Os outros dois volumes abraçam os armários e conformam o quarto, que é integrado mas ainda preserva a privacidade. O quarto representa a imersão em um momento de relaxamento e descanso. A cor escolhida para traduzir este momento é um verde escuro profundo, cor Floresta Negra da Coral, tom presente também em peças nos outros cômodos do loft. A curadoria seguiu este conceito para escolher obras de arte predominantemente verdes, sem molduras ou vidros, representando este momento sincero de reflexão. As roupas de cama, objetos e almofadas seguiram o tom sobre tom de verdes, e algumas peças contrastam essa monocromia, a icônica cadeira Valet Hans Wegner e a sobreposição de mesas laterais Jazz e Jardim de Jader Almeida. A composição final do Loft do Colecionador, harmônica e elegante, traduz o conceito de que dentro de uma casa cabe um planeta e um universo de possibilidades.
- Superfície total
- 60
- Ano do projeto
- 2019
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