
Casa Cor Goiás 2017 - Banheiro Magritte
- Descrição
- “La trahison des imagens” (“A traição das imagens”), de 1929, é obra do pintor surrealista belga René Magritte (1898 – 1967), que traz escrita a frase: “Ceci n'est pas une pipe” (“Isto não é um cachimbo”) embaixo da figura de um cachimbo. A frase em questão contradiz o que o olho enxerga, ao mesmo tempo que coloca a imagem como "símbolo", quando na verdade o que se vê não é, de fato, o objeto em questão, mas sim uma representação do mesmo. O título “La trahison des images” chama a atenção para a circunstância de as coisas não serem o que parecem ser, e também para o fato que deveria ser óbvio, mas não é. Sugere que a representação de uma coisa nunca será mais do que: a representação de uma coisa e não a própria coisa. Não sabemos como as coisas são em si, apenas como elas aparecem aos nossos limitados sentidos e à nossa mente em dado momento. As imagens das coisas nos são representadas e, quando nos reapresentamos a elas, elas se tornam outras, diferente daquelas que tivemos acesso antes. Dessa forma, foram propostos banheiros que questionam os conceitos de definição e representação de um banheiro comum, apresentando uma maneira diferente de ver e pensar que é geralmente aceita. Os quadros na parede aludem à obra de René, através da frase: “Ceci n'est pas une toilette” (“Isto não é um banheiro”). As portas revestidas em espelho, ao fundo, e a geometria abaulada dos banheiros sugerem um túnel e fazem o ambiente parecer maior, contrapondo o que é real e o que os olhos vêem. O conceito de traição do pintor é agora aplicado como advindo, não da imagem, mas do espaço arquitetônico construído. No momento inicial cujo espaço é visto, a intenção é que o mesmo não passe a imagem de banheiro que temos construída em nossa memória. Logo, não instiga-se a sensação de estarmos dentro de um banheiro, já que seu sentido está escondido. Somente com um olhar mais minucioso e/ou com a utilização funcional do espaço, retoma-se a experiência do real, que é reforçada pela cuba por detrás da meia parede, e pelo que as portas em espelho escondem, os boxes. O interior destes reforça a dualidade do jogo entre realidade e ilusão, que fica mais evidente devido ao surgimento das cores, antes omissas no ambiente. Tendo como base o título da obra de Magritte, o projeto sugere uma troca entre a experiência real e a virtual, a experiência de estar dentro e fora do espaço.
- Superfície total
- 16
- Ano do projeto
- 2017
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